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12 novembro 2015

A Cor da Saudade


        Era uma vez uma menina que tinha um pássaro encantado.
        Ele era encantado por duas razões: não vivia em gaiolas, vivia solto e vinha quando queria, quando sentia saudades...
        Sempre que voltava, suas penas tinham cores diferentes, as cores dos lugares por onde tinha voado.
Certa vez, voltou com penas imaculadamente brancas e contou histórias de montanhas cobertas de neve.
       Outra vez, suas penas estavam vermelhas e contou histórias de desertos incendiados pelo sol.
Era grande a felicidade quando eles estavam juntos.
        Mas, sempre chegava a hora do pássaro partir...
A menina chorava e implorava:
      - Por favor, não vá. Terei saudades, vou chorar.
      - Eu também terei saudades - dizia o pássaro - mas vou lhe contar um segredo! Eu só sou encantado por causa da saudade. É ela que faz com que minhas penas fiquem bonitas... senão você deixará de me amar.
        E partiu.
        A menina, sozinha, chorava.
        Certa noite ela teve uma ideia: e se o pássaro não partir? Seremos felizes para sempre! Para ele ficar, basta que eu o prenda numa gaiola.
E assim o fez.
         A menina comprou uma gaiola de prata, a mais linda que encontrou.
Quando o pássaro voltou, eles se abraçaram, ele contou histórias e adormeceu.
A menina aproveitou o seu sono e o engaiolou.
        Quando o pássaro acordou deu um grito de dor.
- Ah ! O que você fez? Quebrou o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das histórias. Sem a saudade, o amor irá embora...
A menina não acreditou... achou que ele se acostumaria.
         Mas, não foi isso o que aconteceu. Caíram as plumas e as penas transformaram-se em um cinzento triste.
       Não era mais aquele o pássaro que ela tanto amava...
       Até que ela não aguentou mais e abriu a porta da gaiola.
      - Pode ir, pássaro - disse - volte quando você quiser...
      - Obrigado - disse o pássaro - irei e voltarei quando ficar encantado de novo. Você sabe, ficarei encantado de novo quando a saudade voltar dentro de mim e dentro de você.
           Quantas vezes aprisionamos a quem amamos, pensando que estamos fazendo o melhor?
Pense... deixar livre é uma forma singela de ter...
         Direcione o seu amor não para a prisão e sim para a conquista, sempre.

Fonte: http://www.velhosabio.com.br



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